Viva Água


9 dezembro, 2016

Parabéns, professor Dimas, pela Medalha Manoel Beckman


 

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Professor Dimas recebe a Medalha Manoel Beckman do deputado Eduardo Braide

 

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Professor Dimas com professores e outros funcionários e alunos da Viva Água

 

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Professor Dimas ao lado da filha e aluna Denise Araújo

Professores e demais funcionários e alunos da Viva Água foram presença marcante na solenidade que concedeu ao professor Dimas (António Maria Zacharias Bezerra de Araújo) a Medalha Manoel Beckman, a maior comenda do Poder Legislativo do Maranhão, realizada no dia 06 de dezembro de 2016, na Assembleia Legislativa do Estado, em São Luís.

O Projeto de Resolução Legislativa n° 015/2016 que concedeu a homenagem é de autoria do deputado Eduardo Braide. Na cerimônia, os presentes receberam o livro de autoria do professor Leopoldo Vaz que relata a história das Educação Física no Maranhão, a partir da trajetória de vida do professor Dimas. A publicação foi lançada pela Viva Água durante sua festa de 30 anos.

A solenidade teve a participação de diversas autoridades e ex-alunos. Foi presidida pelo deputado Sousa Neto e teve a presença dos deputados, entre os quais Eduardo Braide, Bira do Pindaré, Roberto Costa e Max Barros. Na mesa que conduziu os trabalhos, o promotor José Claudio Cabral; o presidente da Agência de Transporte e Mobilidade Urbana do Maranhão (MOB), José Arthur Cabral Marques; e a diretora do Núcleo de Esportes da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Cintia Valter, representando a reitora Nair Portela.

Um dos momentos mais emocionantes da solenidade foi quando o professor Dimas falou de sua relação com a ginástica artística, modalidade que ele trouxe para o Maranhão. Ao final, ele convidou alunas da Viva Água para fazer uma apresentação dentro do plenário da Assembleia.

As três estudantes, orientadas pelo professor Magno, fizeram uma excelente apresentação.  São elas: Julia Rios, Amanda Simões e Leticia Aparecida Garcez. Foram orientadas pelo professor de Ginástica Artística da Viva Água, Jackson Magno Silva Alves
O professor Dimas, 88 anos, desenvolve várias atividades na Viva Água. Fundou e ensinou no curso de Educação Física da Ufma e em diversos colégios. Trouxe para o Maranhão, a prática do handebol e ginástica artística.  A sua história de vida ajudou a descobrir importantes atletas maranhenses que jogaram em seleções brasileiras de handebol e de basquete.

Foi um dos idealizadores dos Jogos Escolares Maranhenses (JEMs) e diversas competições esportivas em comunidades e instituições.

A solenidade teve ampla repercussão nas redes sociais, na mídia de São Luís e em importantes sites institucionais

Link de matéria publicada no Portal da AL do MA

http://www.al.ma.leg.br/noticias/31698

Link de matéria publicada no Portal da Ufma

http://portais.ufma.br/PortalUfma/paginas/noticias/noticia.jsf?id=48955

 

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Diretora do Núcleo de Esportes da Ufma, Cintia Valter, deputado Eduardo Braide, professor Dimas, deputado Sousa Neto, promotor Claudio Cabral e diretor da MOB, Arthur Cabral

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Com a turma da Viva Água

 

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Professora Denise Araújo saúda o professor Dimas apresenta no plenário o livro com a história do professor Dimas

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Professores Osvaldo Telles e Denise Araújo entre os deputados Eduardo Braide, Bira do Pindaré, Roberto Costa e Max Barros

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Apresentação de ginástica artística da Viva Água no plenário da Assembleia Legislativa do Maranhão

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Professores Osvaldo Telles e Denise Araújo a frente da organização da solenidade, recebem os cumprimentos de inúmeros presentes, entre os quais o jornalista José Raimundo Rodrigues

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Professora Elizabeth Coelho (Beta) aluna há anos da Viva Água, cumprimenta o professor Dimas

 

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Professor Dimas com os alunos da Viva Água, Luma e Helênio  Martins, Maria José e Josefa Garcia Carvalho

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Dimas autografa livro ao lado da professora Denise Araújo

Veja abaixo resumo da história do professora, relatada pela professora Denise Araújo na solenidade

Este momento é de muita emoção, para mim, para minha mãe, Maria da Graça Martins Araújo, para meus irmãos Maurício, Viviane, Silvana, Letícia, Rildo e Hélio e para os amigos e parentes do meu pai, o professor Dimas.

Para mim, e para meus irmãos, este momento é ainda mais significativo, pois, além de filhos, fomos e somos, até hoje, alunos e alunas do Professor Dimas, a quem temos como referência e exemplo de vida.

Gostaríamos de agradecer esta homenagem que a população do Maranhão faz ao professor Dimas, aqui externada pelos seus representantes, deputados e deputadas estaduais, por meio desta nesta Casa Legislativa.

Ao deputado Eduardo Braide, a quem aqui faço uma menção especial de agradecimento por ser o autor da iniciativa de prestar esta homenagem. Nós, filhos, netos, bisneto, parentes, amigos e amigas agradecemos e nos sentimos, também, homenageados.

Ao falar da trajetória do Professor Dimas, como ele ressaltou, é caminhar pela rica história das atividades físicas do Brasil e do Maranhão. É, também, senhoras e senhores, um pouco da nossa história, da história do Maranhão.

O professor Dimas nasceu Antônio Maria Zacharias Bezerra de Araújo, no dia 30 de julho de 1928, na cidade de Mirador, aqui do Maranhão. Aos 15 anos, em 1944, veio para São Luís, onde teve um contato maior com as atividades físicas. Estudou no Colégio São Luiz, no Liceu Maranhense e no Colégio Maranhense, o Marista.

No Liceu teve contato com a vida esportiva, participando do time de futebol e tendo como professor de Educação Física, José Rosa. Foi ele quem ajudou a consolidar o gosto do professor Dimas pela Educação Física. No Liceu, participou, também, de atividades de ginástica acrobática. Era um tempo em que não havia prática de atividades regulares de vôlei, basquete e nem tinham chegado a maioria das atividades, como handebol e ginástica olímpica.

No Marista, um primo distante, Eurípedes Bezerra, foi seu professor de educação física. Ele utilizava o método francês. A modalidade de ensino incluía exercícios preparatórios, evoluções de marchas, exercícios de saltar, levantar e despertar, correr, atacar e defender e voltar a calma.  Foi o mesmo método trazido para o Brasil, em 1922, por uma missão francesa.

Em 1948, já com 19 anos, serviu o Exército, no 24º Batalhão de Caçadores, unidade do Exército Brasileiro, em São Luís. Lá continuou a aprimorar sua vocação esportiva.

No Exército foi um dos 12 selecionados, de 200 candidatos, para estudar no Rio de Janeiro. Embarcou para a então capital do Brasil em fevereiro de 1949, em um navio da linha ITA, em uma viagem que durou 12 dias e 12 noites.

No Rio de Janeiro, e no Exército, participou e disputou campeonatos das Forças Armadas, incluindo jogos de Basquetebol em um time do bairro de Realengo.

Pertenceu ao Batalhão de Guarda Presidencial, onde se destacou. Foi para a Polícia do Exército, onde passou a treinar, sistematicamente, praticando corridas. Foi destaque no atletismo e nas demonstrações de Educação Física e de várias técnicas de ginástica.

No Rio, também, fez o curso da Escola de Educação Física do Exército.

O Rio de Janeiro foi uma experiência rica, que gostaria de detalhar aqui, mas o tempo não permite. Recomendo o livro do professor Leopoldo Vaz, sobre a vida do professor Dimas, lançado quando a Academia Viva Água completou 30 anos de atividades.

Do Rio de Janeiro, o professor Dimas retornou para São Luís, em 1954, como civil e oficial do Exército da reserva sem nenhum direito a remuneração. A partir dessa época, toda a vida do professor Dimas esteve diretamente ligada ao desenvolvimento das atividades física no Maranhão.

Trabalhou na loja do irmão, a Casa Dimas. As pessoas, na época, perguntavam quem ele era e ele dizia que era irmão do Dimas. Então passaram a chamá-lo de Antônio Dimas. Começando a trabalhar com Educação Física, ele passou a ser chamado de Professor Dimas.

Trabalhou em vários colégios, como professor de educação física, entre os quais o então Ateneu. Isso, em uma época em que a Educação Física era ensinada às 5h da manhã, enfrentando muitas dificuldades.

O professor Dimas ainda ensinou no campo do Moto Clube de São Luís, no estádio Santa Izabel, que existia na área onde fica, hoje, a sede da Igreja Universal, no Canto da Fabril.

Atuou como Professor de Natação no clube social chamado Jaguarema (para os mais novos, vale lembrar que era um tradicional clube, que funcionou aqui em São Luís, no bairro do Anil).

No Clube Jaguarema, o Professor Dimas colocou em funcionamento, entre 1955 / 1956, a primeira escola de natação do Maranhão. Nessa época, também, começou a dar aula em duas piscinas residenciais que existiam aqui em São Luís, a da família Domingos, na Rua Grande, e a outra na casa do senhor Almir Moraes Corrêa, perto da Igreja de São Vicente, no bairro Apeadouro. Foi o primeiro profissional a utilizar uma piscina, no Maranhão, como espaço para a prática de atividades físicas e não, apenas, para o lazer.

Nessa mesma época, jogou Basquetebol pelo Moto Clube, no Campo Santa Isabel. Em 1954, foi da seleção maranhense, indo disputar o Brasileiro em Recife.

As práticas esportivas em São Luís, em 1955\1956, eram poucas.  Em São Luís, nesse tempo, jogava-se voleibol, menos, mas jogava-se. Existiam seis clubes de basquetebol, mas não tinha de voleibol. O voleibol veio se destacar já mais para frente, no clube Cassino Maranhense, que ficava na Avenida Beira-Mar, onde, hoje, funciona o Shopping do Cidadão.

Meus amigos e minhas amigas aqui presentes.

Nessa volta para São Luís, o professor Dimas casou com Maria da Graça de Castro Martins e, a convite do sogro, um rico comerciante, foi morar na região do Vale do Pindaré. Para lá, levou na bagagem uma bola e uma rede de voleibol, incentivou a pratica desse esporte, de futebol de salão e de campo e outras práticas em Pindaré-Mirim, em Santa Inês e outras cidades. Vários atletas, incluindo times de futebol de salão, foram frutos desse trabalho.

Senhores e senhoras, o professor Dimas, foi um dos pioneiros profissionais a difundo práticas esportivas, de forma sistemática e continuada, no interior do Maranhão.

Além de se dedicar aos esportes, no Vale do Pindaré, ministrou aulas nos colégios primários, organizou paradas de 7 de setembro, desfile de colégios, tudo, por prazer, de forma voluntária, pelo bom desenvolvimento do Maranhão.

De Pindaré, o professor Dimas e sua mulher decidiram retornar para São Luís, em 1969. Passaram a ensinar no colégio Cema, uma rede de escolas públicas, pioneira no ensino a distância por meio da televisão.

Também ensinou no Colégio Batista e no Marista. Dava aula em espaços como o Parque do Bom Menino e em outros lugares da cidade.

Teve contato com o Handebol em um curso, ministrado pelo Major Leitão, esporte que trouxe para o Maranhão. Foram muitas lutas para vencer obstáculos. Com dedicação expandiu o handebol, o que ajudou a projetar o Maranhão em competições esportivas nacionais.

Nas décadas de 1960 e 1970, em São Luís, os esportes de competição eram muito fracos. Só havia, praticamente, futebol e futebol de salão. Em colégios era só isso.

Dessa época são muitas as histórias, principalmente entre os que viveram esse momento e, hoje, observam como a luta daquele tempo garantiu excelentes resultados.

Só para relaxar, vale lembrar um ‘causo’. Houve um jogo de Basquetebol, entre os colégios Batista e São Luís, na época, no ginásio Rubem Goulart, ginásio da Escola Técnica (que é o Ifma, hoje), que terminou de 1 x 0. Imaginem um jogo de basquete terminar de 1 x 0. E isso com uma cesta de lance livre. Evidente que essa história é parte do folclore dos esportes no Maranhão. São muitas as histórias curiosas como essa para contar, mas, na verdade, o que o professor Dimas e muitos outros viveram, naquele tempo, foi uma luta muito grande para valorizar e difundir as atividades físicas no Maranhão.

Amigos e amigas. O professor Dimas tem uma trajetória de 88 anos bem vividos, quase todo dedicado a uma luta diária em favor do desenvolvimento dos esportes no Maranhão.

O professor Dimas foi um dos primeiros profissionais a incentivar o Maranhão a participar dos Jogos Escolares Brasileiros, na década de 1970.

Criou o Festival o Handebol, na época com a participação apenas dos colégios Batista, Marista, CEMA e Liceu.

Com o professor Cláudio Vaz, e outros criou, em 1993, o Festival da Juventude que, depois, virou os Jogos Escolares do Maranhão, o JEMs.

O JEMs, até hoje, é a maior competição esportiva do Maranhão.

Abro aqui parênteses para falar de uma modalidade que o professor Dimas tem muito orgulho de ter implantado e incentivado no Maranhão que é a Ginástica Artística que, até a década de 1990, era chamada de Ginástica Olímpica. Foi uma luta árdua, pois a Ginástica Artística exige vários equipamentos. Mas com muita luta ele conseguiu desenvolver e consolidar a prática dessa modalidade esportiva no Maranhão. E falo a vocês, ele é muito orgulhoso desse feito.

Quero destacar, também, a importância do professor Cláudio Vaz que trouxe para o Maranhão técnicos esportivos que ajudaram a impulsionar os desportos. O primeiro a chegar, foi Laércio Elias Pereira, depois, Marcão, Biguá, Vitché… São vários. Vale citar o professor Gafanhoto, aqui presente, um dos grandes técnicos da história do basquetebol do Maranhão.

Quando a prática de Educação Física se tornou obrigatória para todos os estudantes universitários, a Universidade Federal do Maranhão teve de se preparar para esse momento.

Foi ai que veio, de Brasília para o Maranhão a professora Simei Ribeiro Bílio, maranhense, professora de educação física e convidou o professor Dimas para ajudar na instalação de atividades física para os estudantes da Ufma.

A partir desse trabalho, o professor Dimas ingressou na universidade federal do Maranhão, ministrando prática esportiva para estudantes de todos os cursos contribuindo para formação de jornalistas, médicos, advogados, pedagogos, dentistas, engenheiros, historiadores, professores, químicos, assistentes sociais e muitos profissionais. Isso porque a disciplina Práticas Esportivas era exigida para os universitários de todos os cursos.

Vale ressaltar que o professor Dimas foi um dos fundadores do curso de Educação Física da Ufma, sendo professor, chefe de departamento, membro do Conselho de Centro, entre outros cargos no meio acadêmico.

Trabalhou no programa de Interiorização da Ufma, ministrando cursos em diversas cidades do interior do estado, onde participou da inauguração de diversos campi, ministrando cursos para professores leigos e difundindo a prática correta das atividades físicas.

Senhoras e senhores aqui presentes, senhores deputados e deputadas que formam esta Casa. São muitas as atividades do professor Dimas ao longo do século XX e neste início de século XXI.

Além de todas essas ações, o professor Dimas ainda treinou recreadores para atuarem em empresas e setores públicos; organizou colônias de férias, algumas promovidas pela empresa Vale.

Hoje, com certeza, o professor Dimas, em seus 88 anos, apresenta a saúde e a disposição de saber que fez de sua vida um exemplo para o Maranhão.

Atletas maranhenses que fizeram história sem seleções brasileiras e em campeonatos mundiais são resultados deste trabalho iniciado pelo Professor Dimas.

Cito alguns, como Sebastião Silva Pereira, o Tião; Winglitton Rocha Barros, o China, os dois no handebol, entre muitos outros.

Senhoras e Senhores deputados, o professor Dimas, teve plenas condições de ser político, talvez um prefeito e, depois, deputado. Poderia ter sido um empresário na área de comércio. Também poderia ter sido fazendeiro. Foi o primeiro maranhense a fazer o Curso de Inseminação Artificial para Bovinos, na Fazenda Experimental do Governo, em Barão de Gil Paraná, em Vassouras, no Rio de Janeiro. Com um pouco mais de esforço poderia ter sido médico, advogado ou engenheiro. Oportunidades não faltaram.

Mas, em sua vida, permaneceu firme em defesa da Educação Física no Maranhão.

Por isto, esta homenagem ao professor Dimas, tenham a absoluta certeza, é merecida, é justa e é necessária como reconhecimento por tudo que as atividades físicas já fizeram e fazem pelo bem do Maranhão.

Muito obrigado. O professor Dimas pede permissão para falar novamente.

 

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